quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Entrevista Arq.to Bouça

As afirmações do Sr. António Bouça vão de encontro à ideia intuitiva que a generalidade dos estremocenses tem do Sr. Presidente da Câmara. Vou mesmo mais longe e digo mais: não tenho grandes dúvidas que o sucesso eleitoral do MiETZ ficou a dever-se, em grande parte, à imagem projectada pelo seu candidato de ser uma pessoa que… DESENRASCA! De facto, não obstante em Estremoz haja um grupo considerável de cidadãos que tem consciência que o "municipal porreirismo" prejudica, seriamente, todos quantos dele não beneficiam, a verdade é que também não faltam pessoas que vêem em Luís Mourinha o "aliado", o "amigo", que no Município irá zelar pelos seus interesses, se necessário for em detrimento de um abstracto interesse colectivo ininteligível para alguns, nomeadamente na cultura do "pato bravo".


Todavia, uma coisa são "ideias intuitivas" outra coisa, bem diferente, são factos provados e comprovados. Se bem que as primeiras podem contribuir para a formação de uma opinião são os segundos que verdadeiramente contam. Neste sentido, o PSD irá diligenciar junto de instâncias exteriores ao Município a investigação das alegações constantes na entrevista em referência. Entendemos que tanto Luís Mourinha como António Bouça têm direito à defesa do seu bom nome e que não podem ser condenados com base em meras alegações, um porque alegadamente fez, o outro porque alegadamente acusou injustificadamente.

Por outro lado, as ideias intuitivas podem ter – e geralmente têm – um reverso e também António Bouça não se livra da imagem de alguém insensível aos interesses dos cidadãos e dos investidores, das suas angústias ou dos seus problemas. É preciso ter noção que a lei e os regulamentos não visam atacar ninguém mas tão-somente defender os interesses de todos. Logo, não podem ser encarados de forma dogmática e muito menos serem usados como álibi para justificar verdadeiras crueldades de quem perdeu a noção que o Município deve servir, fundamentalmente e antes de mais, os munícipes. Faltando a cultura de serviço público, é muito perigoso manter técnicos com tal perfil no exercício de cargos dirigentes do Município.

Como costuma dizer-se: no meio é que está a virtude.



Publicado na edição de 31Dez2009, na secção "Mesa Redonda", do Jornal Ecos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Edital da CME - Alteração de data de reunião


A reunião da Câmara Municipal de Estremoz, em princípio agendada para dia 30 de Dezembro, foi recalendarizada para o dia 6 de Janeiro de 2010.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Assembleia Municipal - OT20091229


Ordem de trabalhos da sessão da Assembleia Municipal de Estremoz que ocorrerá no próximo dia 29 de Dezembro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Frases... (VI)




"A mais pérfida maneira de prejudicar uma causa é defendê-la intencionalmente com más razões"



Friedrich Nietzsche
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Conto de Natal, por Picalima


Conto de Natal, por Picalima

Saturnália

A Saturnália representava para os romanos um período de celebrações em honra de Saturno – Deus da Agricultura – período esse coincidente com o solstício de Inverno. Depois da dormência vegetativa do Outono as sementes começavam a germinar e recuperava-se a esperança de melhores dias com o início do novo ano. Perante a expectativa da recuperação da abundância de alimentos, esses eram, geralmente, momentos de paz – as campanhas militares chegavam a ser interrompidas – em que se trocavam oferendas adornadas com cores garridas; de descanso – os escravos chegavam a ser dispensados do exercício das suas actividades –; e de banquetes bem regados, os quais – sem controlo de alcoolemia – acabavam não raras vezes em orgias.

Este antecedente pagão do Natal era, tal como este, caracterizado por uma renovação de votos de melhores dias. A grande diferença introduzida pelo Cristianismo nestas celebrações foi, digamos assim, o controlo dos excessos e a introspecção espiritual. O Natal é igualmente celebrado com alegria mas… de forma bem mais comedida.

Esta introdução justifica-se porque este Natal de 2009 parece assemelhar-se em alguns aspectos à Saturnália Romana. Vejam só: num momento de desemprego, de crise generalizada, de ausência de expectativas promissoras em relação a 2010, qual é então a prendinha no sapatinho que o Governo e os Socialistas reservaram para alguns portugueses? Exactamente, esse mesmo, o casamento gay. O Presidente da República diz que há coisas que o preocupam mais – ideia, aliás, que parece ser partilhada pela maioria das pessoas – e qual foi a reacção dos proponentes? Essa mesma: vá de fazer birrinha. 'Tadinhos!

Eu sou daqueles que nada tenho a opor a que os homossexuais deste país juntem os trapinhos e partilhem cama, pucarinho e o que mais queiram. Admito inclusivamente que aqueles que fazem vida em comum devem ver reconhecidos alguns direitos que actualmente lhe são negados, nomeadamente nas vertentes fiscal e sucessória. Porém, desculpem lá, não se me afigura necessário que ao contrato conjugal celebrado entre gays chamem… casamento. Mas pronto, se isso é problema, levem lá a bicicleta e deixem cá a campainha para a gente fazer música, chamem-lhe lá casamento e acabemos com a birra. O que não aceito mesmo é que se usem as chamadas "causas fracturantes" apenas para desviar as atenções daquilo que verdadeiramente importa. Isso não!!

Acho isso tão ridículo como aquela parada do orgulho gay em que tal orgulho é evidenciado através de mariquices exibidas em público. Imaginem só que agora a população heterossexual decidia também fazer uma marcha de orgulho, em que eles e elas exibiam as partes pudendas, exibições eventualmente complementadas com outras demonstrações cabais e definitivas das respectivas masculinidades e feminilidades? Havia de ser bonito… É por isto que este Natal apresenta indícios de Saturnália.

Enfim, Natal ou Saturnália, o que interessa é que todos passem umas Boas Festas!



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Boas Festas


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ilustrações da próxima crónica ad valorem... (IV)







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Acta n.º 26/2009 da CME


A acta da reunião em referência já está disponível. Para consulta ou transferência clique aqui.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Acta n.º 25/2009 da CME


Acta n.º 25/2009 da Reunião de Câmara de 18 de Novembro de 2009. Para consulta ou download aceda ao website http://advalorem.antonioramalho.net ou clique aqui.

Acta n.º 24/2009 da CME



Quem pretender consultar ou transferir a acta em referência poderá fazê-lo aqui.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Frases... (V)




"É uma pena que todas as pessoas que sabem como é que se governa o país estejam ocupadas a conduzir táxis ou a cortar cabelo"
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reunião da Câmara Municipal de Estremoz 16Dez2009


Assuntos tratados:

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Samuelson

Este sujeito da foto ao lado - tirada em 1950, quando tinha 35 anos - chamava-se Paul Anthony Samuelson e foi um dos economistas mais marcantes do século XX. Morreu no dia 13 deste mês (eu ia dizer "ontem" mas reparei agora que já passa da meia-noite).
O seu manual de Economia - impresso pela primeira vez em 1948 - foi o texto base dos estudantes de Economia de praticamente todo o mundo. Eu estudei pela 4.ª edição em português - dois volumosos calhamaços editados pela Gulbenkian - que correspondia à 9.ª edição em língua inglesa de 1973. Quase 20 anos mais tarde comprei a 14.ª edição, a qual contava já com a co-autoria de William Nordhaus, e fiquei surpreendido pela "cura de emagrecimento" a que o manual tinha sido submetido: era pouco mais de metade - e agora, naturalmente, num único volume - da versão anterior minha conhecida.
Um pormenor curioso: a edição publicada pela Gulbenkian referia, a título de nota biográfica, que Samuelson era licenciado em Letras (!?!), coisa que se por um lado me pareceu estranha para alguém que dominava de forma superior a Matemática, por outro sugeria-me que, afinal, até as pessoas geniais podiam evidenciar dúvidas no momento de escolher o curso superior. Mais tarde vim a saber que tal referência biográfica mais não era que um erro de tradução.
Ontem - recordo que são agora 01:00 da matina - li aquilo que me parece ser outro erro de tradução: desta vez diziam que a genialidade matemática de Samuelson lhe advinha da sua formação de base em Física (!?!)... Mas então o homem não podia ser bom a Matemática sendo de Economia? Isto é que anda aqui uma conversa! O homem apenas trabalhou no M.I.T.’s Radiation Laboratory, porém, nessa altura, já ele tinha escrito "The Foundations of Economic Analysis" obra que foi determinante para a obtenção do Prémio Nobel da Economia 1/4 de século mais tarde.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desemprego e atitude - Opinião - DN

Desemprego e atitude - Opinião - DN

O palhaço - JN

O palhaço - JN

domingo, 13 de dezembro de 2009

Cartoons do Picalima



As anteriores entradas "Olha só a gracinha" e "Mais uma graçola do Picalima" têm agora os ficheiros originais do autor ao invés das imagens digitalizadas do jornal.
A imagem que agora apresento é, como é óbvio, do sujeito que nela se apresenta. Um artista.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mais uma graçola do Picalima...


[Reedição agora com uma imagem melhorada gentilmente cedida pelo autor (Obrigado!)]


Santos da Casa... não fazem milagres... Bom isso era antes do Picalima começar a demonstrar o contrário...

Frases... (IV)



"Se você pegar no mais ardente dos revolucionários, e der poder absoluto a ele, dentro de um ano ele será pior do que o próprio czar"






Mikhail Bakunine, a quem me referi na minha crónica "Breve História do Comunismo"




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Não fui eu quem disse...



Nem nada direi... por ora... a seu tempo... logo se verá

Boletim Mensal do IGCP - Dezembro 2009




Notas explicativas ao Boletim Mensal do IGCP

1. Evolução da Dívida Directa do Estado
Em 30 de Novembro de 2009, o saldo da dívida directa do Estado cifrou-se em EUR 130.235 milhões, aumentando 0,4% face ao final do mês anterior. A variação da dívida deveu-se, fundamentalmente, a um leilão da OT 3,6% Out 2014, com um valor nominal de EUR 1.067 milhões, e a uma emissão líquida positiva de ECP no montante de EUR 703 milhões. O saldo de BT diminuiu EUR 673 milhões, em resultado da amortização do BT 20Nov2009, que atingira um saldo de EUR 3.167 milhões, e da realização de dois leilões nos montantes de EUR 781 milhões (na linha a 9 meses BT 23Jul2010) e de EUR 1.713 milhões (na nova linha a 1 ano BT 19Nov2010). Os saldos de Cedic e de CA também contribuíram para uma redução do saldo da dívida, ao diminuírem EUR 378 milhões e EUR 65 milhões, respectivamente, assim como o saldo de outros instrumentos não transaccionáveis em moeda euro, que se reduziu em EUR 261 milhões. Foi ainda realizada uma emissão ao abrigo do programa EMTN no valor de USD 100 milhões. As flutuações cambiais observadas no período contribuíram para uma diminuição do stock da dívida de EUR 48 milhões.
2. Cálculo do rácio de Dívida Pública
O Boletim Mensal do IGCP apenas divulga o valor da dívida directa do Estado. A dívida directa do Estado corresponde às situações passivas de que o (sub-sector) Estado é responsável em virtude do recurso a empréstimos. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 3605/93 do Conselho, de 22 de Novembro, alterado pelo Regulamento (CE) n.º 475/2000 do Conselho, de 28 de Fevereiro, a dívida pública corresponde à totalidade das responsabilidades brutas consolidadas do sector das Administrações Públicas, ao valor nominal. No final de 2008, a dívida directa do Estado ascendeu a EUR 118.462,7 milhões (71,3% do PIB), enquanto que a dívida das Administrações Públicas, calculada de acordo com as regras acima definidas, atingiu EUR 110.376,6 milhões (66,3% do PIB), segundo o Reporte ao Eurostat de 28 de Setembro de 2009.
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Avós do Facebook

Este é também um sinal dos tempos. São cada vez mais as avós – atenção: estou a excluir, deliberadamente, os avôs – que aderem às novas tecnologias de informação e comunicação e, em particular, às agora denominadas "redes sociais". As "avós do Facebook" são, a cada dia que passa, cada vez mais. Passam horas a fio ao computador, resistindo-lhe menos que à tentação de um bolo com creme. Não se pense, necessariamente, que são pessoas de há muito familiarizadas com a informática. Se bem que este factor seja, inequivocamente, facilitador, a verdade é que a ausência de tal background não constitui um verdadeiro impedimento. A motivação supera muitas contrariedades e esta não parece faltar às avós do Facebook. O que é então que as anima, que as impulsiona a aderirem à informática, às redes sociais e a estilos de vida e de convivência até aí completamente estranhos para elas?

Vou tentar responder as estas questões alertando, todavia, para o facto de este não ser um trabalho científico mas tão-somente uma croniqueta quinzenal de um jornal de província. Já agora devo também confessar que se penso saber a resposta, tal sapiência foi adquirida de uma forma involuntária numa primeira fase, e depois, na fase subsequente, fazendo bom uso de um apurado "ouvidinho bisbilhoteiro".

Entre chá e torradas duas avós relatavam – de forma suficientemente audível – a uma terceira – como as primeiras avó, mas que em matéria de informática ainda nem sequer debutante era – as suas proezas na Net. Falavam de forma tão empolgada que a terceira avó parecia estar a ficar contagiada e com aparente vontade de aderir. Uma relatava o número de cabeças de gado que possuía na sua Farmville, do trabalho que tinha com a apanha dos frutos e com os cuidados da horta. A segunda das primeiras avós colocava maior ênfase nos contactos que estabelecia com os filhos – subentendia-se que migrados noutras localidades – e com os netos. Em coro falavam ambas dos contactos estabelecidos com amigos e conhecidos, das fotografias e vídeos que viam, das recordações a que tinham acesso… até que uma rematou com a derradeira resposta: "Olha, é uma companhia!".

E é mesmo: uma companhia. Depois de uma vida de trabalho a dobrar – no emprego e em casa – onde tudo era feito em contra-relógio, a pouco e pouco as coisas começam a serenar. Os filhos saem de casa, a reforma acaba por chegar e, com ela, vem também o tempo livre que lhes faltou durante a maior parte da vida. Elas merecem.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ilustrações da próxima crónica Ad Valorem III





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domingo, 6 de dezembro de 2009

Olha só a gracinha... II - Assim vai a educação


Acabei de receber esta graçola por e-mail. Não resisti. A epígrafe era: "Assim vai a educação..."

sábado, 5 de dezembro de 2009

A mocidade dos cotas... VII - I don't wanna dance... Eddie Grant - 1982

Há certas músicas que têm o dom de nos transportar para outros momentos das nossas vidas.


Há 27 anos esta música esteve 3 semanas consecutivas no primeiro lugar das vendas em todo o mundo, mantendo-se ainda mais 12 semanas entre os lugares cimeiros do top. Era impossível ficar-lhe indiferente.


Felizes aqueles a quem esta música traz boas recordações.


Aos que ainda não eram nascidos, ainda vão a tempo da apreciar.






I don't wanna dance
Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad

I love your personality
But I don't want our love on show
Sometimes I think it's insanity
Girl the way you go


With all of the guys on the corner
Oh baby, you're the latest trick
Oh, you seem to have their number
Look they're dancing still

I don't wanna dance
Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad

Bis

Solo

I don't wanna dance
Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad

Baby now the party's over
For us, so I'll be on my way
Now that the things which moved me
Are standing still

I know it's only superstition
Baby, but I won't look back
Even though I feel your music
Baby that is thatI don't wanna dance

Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad

Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance

Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance
Don't wanna dance

I don't wanna dance
Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Política - Face Oculta dominou primeiro debate quinzenal de José Sócrates - RTP Noticias, Vídeo

Porque será que o Senhor Primeiro-Ministro nunca responde aquilo que lhe perguntam? Porque será que prefere sempre passar ao ataque acusando os seus opositores de algo que não tem exactamente a ver com a pergunta concreta que lhe foi formulada?
Será por isto que algumas pessoas consideram que José Sócrates é o melhor... sei lá quê?
Que orgulho sinto em me integrar no grupo, infelizmente, minoritário que considera que não.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A mocidade dos cotas VI - Sandie Shaw

Eu tinha 5 anos quando vi isto...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Para descontrair... (III) - Andre Rieu - Strauss-Walzer Medley 2005

sábado, 28 de novembro de 2009

Olha só a gracinha...



Agora com imagem melhorada cedida pela autor.







sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Para descontrair... (II)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Para descontrair...

Valor e reconhecimento

Nem sempre as pessoas valorosas podem contar com o reconhecimento daqueles com quem interagem. Outros há que, passada a resistência inicial, vêem não só os seus méritos reconhecidos como chegam inclusivamente a conquistar a imortalidade na memória das gerações seguintes. Vou dar alguns exemplos destes últimos casos.

Winston Churchill. O seu professor da instrução primária disse um dia que ele nunca haveria de ser grande coisa. Enganou-se. Por sua vez, a professora de Albert Einstein qualificou-o de "lerdo" e de "perdido" em devaneios tolos. O General MacArthur, comandante das tropas das Nações Unidas na Coreia, foi reprovado por duas vezes na admissão à Academia Militar. Michael Jordan, talvez o mais famoso basquetebolista de sempre, não conseguiu integrar a equipa da sua escola. Maria Callas, considerada a melhor cantora lírica de sempre, foi rejeitada numa audição no Metropolitan de Nova Iorque. Shakira, a colombiana sensual que mais discos já vendeu no mundo, integrou em criança um coro no qual conseguia irritar o respectivo maestro por causa… da sua voz esganiçada.
Enfim, os exemplos dados referem-se a pessoas que, apesar de injustiçadas em alguns momentos das suas vidas, conseguiram, por mérito próprio e posterior reconhecimento, alcançar o estrelato. Mas atenção: de uma maneira geral são pessoas que vieram a ser consideradas "especialistas" nas respectivas áreas, facto que pressupõe, naturalmente, o acesso a formação… especializada. Falemos agora de cidadãos comuns. Daqueles com quem nos cruzamos na rua. Poderão eles ser valorosos sem que nos apercebamos disso? Eu acho que sim! Bem, enfim, tenho a certeza que não me cruzo diariamente com génios, mas continuo a achar que sim. O melhor exemplo disso poderá ser o de António Aleixo, que era alguém que se definia a si próprio assim…

Fui polícia, fui soldado

estive fora da Nação

vendo jogo, guardei gado

só me falta ser ladrão

O que poucos conseguiram perceber neste anónimo cidadão, para além do jeito para as rimas, é que era uma personalidade notável, de uma imensa sabedoria talhada na crueza da vida. Aliás, mesmo nas rimas, nem sequer foi considerado notável a avaliar pelo 4.º lugar obtido nos jogos florais de Faro de 1937. Um exemplo esclarece a sua força de carácter: abandonou a polícia, ao fim de pouco mais de 2 anos por não conseguir apagar do seu cérebro a imagem da criança presa, pela sua corporação, por roubar flores para depor na campa da mãe.

Um dos seus últimos poemas, constante do incompleto Auto do Ti Jaquim, falava de reconhecimento… talvez falasse de si próprio…

Se consciente resolvi morrer

foi por saber e ser também consciente

que morrer custa menos que viver

morrendo aos poucos num mundo indiferente.

As imagens foram colhidas nos locais para os quais apontam as respectivas hiperligações.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ilustrações da próxima crónica ad valorem II

Acabei de escrever a minha crónica quinzenal para o Brados do Alentejo. Como me comprometi a apenas tornar públicos os textos após a publicação do jornal - na próxima Quinta-Feira - deixo aqui apenas as ilustrações do tema tratado.










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A cabeça do polvo - JN

A cabeça do polvo - JN

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Foi hoje

Finalmente, foi hoje! A média mensal das taxas Euribor a 6 meses, no período compreendido entre 22 de Outubro e 20 de Novembro, atingiu um valor inferior a 1%. Mantendo-se esta tendência até ao final do mês de Novembro, aqueles cujos empréstimos à habitação renovam a periodicidade em Janeiro de 2010, vão ter um indexante inferior a 1%, facto que propiciará 6 meses de prestações historicamente baixas durante o primeiro semestre de 2010.

Apesar da crise, antevejo que muitos dos endividados deste país (entre os quais me incluo) ainda vão ter saudades deste momento. Esperemos pois que quando as taxas de juro recomeçarem a subir já tenhamos, como compensação, uma taxa de desemprego bem mais baixa que a actual... Mas enfim, neste domínio, infelizmente, as perspectivas não são as melhores.

Já que os motivos de satisfação não podem ser para todos, regozijem-se os endividados empregados...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vergonha oculta

Antes que possa induzir alguém em erro esclareço desde já a razão de ser do título da presente crónica: hesitei entre escrever sobre os 20 anos da demolição do Muro da Vergonha ou sobre o processo Face Oculta. Como hoje tenho de escrever este artigo em tempo recorde – portanto, sem possibilidades de revisão – decidir misturar os dois temas e, agora sem hesitações, vou começar a debitar o que sinto e depois logo se vê como sai. Para já, começo por referir que discordo de uma das possíveis ideias que o título possa sugerir, que é a de que as pessoas ocultam – no dizer de Pêro Vaz de Caminha – "as suas vergonhas". Pelo contrário, acho mesmo que o descaramento e a falta de vergonha nunca foram tão longe.



Comecemos então pela "face oculta". Embora este assunto seja tema recorrente na imprensa dos últimos tempos e até veja as pessoas a condenar as alegadas práticas de corrupção, a verdade é que assistimos a uma certa complacência, a alguma compreensão até, em relação às golpadas que se vão dando um pouco por todo o lado e que explicam cabalmente o atraso deste país apesar dos muitos milhões de euros da União Europeia que temos recebido. Em grande ou em pequena escala, o que não faltam são pessoas dispostas a abdicar de princípios éticos para se venderem a troco de pequenas ou grandes vantagens que certamente não alcançariam de outra forma ou apenas alcançariam com muito mais esforço ou muito mais tarde. Com o exemplo a vir de cima (não, não estou a falar do FREEPORT, estou a falar da licenciatura do nosso Primeiro), muita gente parece preferir a via mais fácil, mesmo que esta não seja a mais correcta. Num cenário de "normalidade" de fenómenos destes, quem acaba por ficar mal visto ou a passar por parvo são aqueles que recusam tais práticas enviesadas. Disseram-me, outro dia, que só os ricos ou aqueles que estão bem empregados é que podem "dar-se ao luxo" de ter princípios… Discordo! São os poderosos que corrompem e os corrompidos são os gananciosos. Nada disto tem a ver com necessidades vitais. Há dias falei com um funcionário aposentado que lamentava as maleitas da idade e a morte da companheira com quem criou 7 filhos num monte que fazia alusão à pobreza. Nada podia ter-me embevecido mais que o orgulho que patenteou por sempre ter recusado os envelopes que o beneficiariam materialmente mas que prejudicariam, irremediavelmente, a sua capacidade de olhar de cara levantada todos quantos o rodeiam.



Ainda estava a tempo de mudar o título desta crónica mas já não o vou fazer. Recordo apenas que há 20 anos caiu o Muro de Berlim e que fico muito feliz por isso.



Termino com uma ideia que caiu neste instante no meu cérebro e que já não vou apagar: por "face oculta" devemos entender que os corruptos deviam usar burca? Se calhar não era má ideia… podia fazer com que a corrupção passasse de moda mais rapidamente.

As imagens foram colhidas nos locais para os quais apontam as respectivas hiperligações.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Frases III



O autor deste blogue adverte que não se revê no teor da mensagem citada.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ilustrações da próxima crónica ad valorem

Acabei de escrever a minha crónica quinzenal para o Brados do Alentejo. Como me comprometi a apenas tornar públicos os textos após a publicação do jornal - na próxima Quinta-Feira - deixo aqui apenas as ilustrações do tema tratado.

As imagens foram colhidas nos locais para os quais apontam as respectivas hiperligações.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Entrevista no "Ecos" II


domingo, 8 de novembro de 2009

Afinal quem é que faz propostas? (II)

Neste vídeo apresento algumas questões que têm passado ao lado das preocupações daqueles que, até aqui, têm gerido os destinos do município: construir a cidade do futuro, equilibrando a regeneração urbana com a política de expansão urbana de uma forma estruturada e planeada. Tudo isto na segunda parte da apresentação da proposta sobre o IMI.

Imagens captadas por José Gonçalez

Afinal quem é que faz propostas?

Infelizmente as imagens captadas pelo José Gonçalez não abarcam toda a reunião de Câmara (a primeira deste mandato) e assim não poderei demonstrar que, passada a celeuma inicial com a Vereadora Sílvia Dias, quando começaram a ser tratados problemas concretos de Estremoz, a única pessoa que apresentou propostas alternativas às da maioria fui eu próprio.

Fi-lo em relação à Cozinha dos Ganhões onde propus (e demonstrei porquê) a montagem de uma tenda junto ao pavilhão B para permitir a venda de produtos emblemáticos da região, nomeadamente vinhos, enchidos tradicionais, etc. A maioria, em termos práticos, não propôs nada de novo que não fosse acabar com a cobrança de 1 euro por cada entrada, questão que, em abono da verdade, se afigura se somenos importância (ainda que, demagogicamente, se lhe pretenda atribuir um relevo transcendental). Os socialistas (os dois sobrantes) quiseram desvalorizar a minha proposta referindo que quem quisesse já podia fazer tais vendas no figurino da Cozinha dos Ganhões do ano passado. A verdade, porém, não é bem essa, conforme referi em artigo anterior.

Em vídeo, a minha proposta sobre o IMI.

Imagens captadas por José Gonçalez

Sob protesto...

Eu já sabia, ou melhor, já previa, que iriam ser muitas as situações em que as posições políticas, éticas e de princípio que defendo não encontrariam eco nos demais eleitos da Câmara Municipal. Este foi o primeiro exemplo de uma votação por 6-1 (isto em futebol seria uma derrota clamorosa), mas muitas mais se seguirão (e, nesta reunião, a propósito do IMI, voltou a acontecer).

Isso, em abono da verdade, não me preocupa nada. Quero apenas ficar de consciência tranquila insistindo, mesmo sem sucesso, naquilo em que acredito.

Como pode alguém achar bem que figure na acta uma declaração política que não foi lida no plenário municipal e da qual, ainda hoje, não tenho conhecimento?

Imagens captadas por José Gonçalez

Os intocáveis, por Mário Crespo

Penso que, tendo em conta o anterior post, vem a propósito divulgar aquilo que Mário Crespo escreveu no Jornal de Notícias no passado dia 2 de Novembro:


"O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação.
Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim.
Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca. "

Sob suspeita...

No vídeo seguinte há a destacar os seguintes aspectos:
1. O recém-eleito Presidente da Câmara revela vários talentos, nomeadamente quando demonstra possuir um nível de tolerância democrática “acima dos valores normais para a época”… nem sequer faltou dizer “quem manda aqui sou eu”;
2. Foi solicitado à Senhora Vereadora Sílvia Dias que justificasse politicamente a sua decisão de agora apoiar aqueles que antes, durante a campanha eleitoral, combateu… não o fez;
3. “Quem por si, ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer a funcionário, ou a terceiro com conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial que ao funcionário não seja devida” pratica um crime tipificado na lei;
4. Por outro lado, “o funcionário que por si, ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial de pessoa que perante ele tenha tido, tenha ou venha a ter qualquer pretensão dependente do exercício das suas funções públicas” também está a praticar um crime tipificado e punido por lei;
5. Foi também solicitado à Senhora Vereadora que afastasse qualquer suspeita de poder, eventualmente, vir a beneficiar de qualquer vantagem pessoal pela sua decisão de apoiar uma força política diferente daquela pela qual foi eleita… não o fez;
6. Não o fazendo, que quer isto dizer? Que “quem cala consente”? Ou que a pergunta é tão disparatada que não merece sequer uma resposta? Quem souber que responda.
De uma coisa ninguém ficará com dúvidas: o presente mandato inicia-se sob um clima de suspeita. Lamento, mas não há outra forma de dizer isto…
Depois há o aspecto da perversão do sistema democrático: alguém sabe a diferença entre ter ou não ter a maioria política, legitimada pelos votos nas urnas, num órgão do poder? Será correcto que quem teve apenas 40% dos votos se assuma como se tivesse tido os 60% daqueles que não votaram neste projecto?

Imagens captadas por José Gonçalez

sábado, 7 de novembro de 2009

A mocidade dos cotas V

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Conceitos distorcidos

Este senhor que surge a falar no vídeo seguinte é o meu amigo Francisco Ameixa Ramos, vice-presidente da Câmara Municipal de Estremoz.

Dele se espera que carregue o Município às costas, já que dos demais eleitos em regime de permanência na Câmara Municipal não se espera grande coisa:

  • dois deles ainda não evidenciaram qualquer valia política (aliás, nem de qualquer outra natureza, já que ainda nem sequer pronunciaram uma só palavra no órgão para que foram eleitos);
  • no que concerne ao Presidente Mourinha toda a gente sabe que o trabalho árduo não é exactamente a sua maior virtude...

Por conseguinte, temos, forçosamente, de depositar todas as esperanças no Vice-Presidente. Eu quero acreditar nele. No entanto, a sua primeira intervenção na Câmara ficou manifestamente aquém das minhas expectativas, a roçar mesmo uma certa desilusão.

De facto, para quem era suposto não enfermar dos males tradicionalmente atribuídos aos políticos, começou logo a evidenciar dotes demagógicos "acima dos valores normais para a época".

Vejam só:

  1. começou por dizer que se sentia como numa sala de tribunal na qual uma sentença condenatória já tinha sido proferida contra a Senhora Vereadora Sílvia Dias; porém, não disse que a referida Senhora apenas foi convidada a justificar a sua mudança de posição política, coisa que não só não fez como "aos costumes disse nada"... desde quando é que questionar um político, no exercício do respectivo cargo, equivale a uma setença condenatória? Fantástico!
  2. depois diz que quando os políticos "viram a casaca" - que foi exactamente o que a referida Vereadora fez (ao concorrer por uma lista que perde e depois se muda para lista vencedora) - que "a democracia dá um passo em frente" (!)... enfim esta só me faz lembrar aquela máxima anarca muito comum na minha juventude: "Portugal está à beira do abismo e prestes a dar um passo... em frente". Brilhante!
  3. Finalmente, qual terá sido o interesse que a Senhora Vereadora colocou acima: o seu interesse pessoal ou, como diz o vice-presidente, o interesse global do desenvolvimento de Estremoz? Atenção Francisco que as aparências estão manifestamente contra a Senhora Vereadora, logo vai ser difícil a qualquer estremocense ver na atitude dela qualquer motivo de "honra e de orgulho".

Imagens captadas por José Gonçalez

A minha "primeira" Reunião de Câmara - 24 ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA

No meio de episódios manifestamente tristes, até teve a sua piada...

Imagens captadas por José Gonçalez

Histórico - Euribor6 atingiu hoje (mentira, ontem, 1%)


Nunca a Euribor a 6 meses esteve tão baixa... aproveitem enquanto dura.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A mocidade dos cotas IV

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Interpretações

Já não me recordo onde li que um bom advogado é aquele que consegue demonstrar que a lei diz exactamente o oposto do que lá está escrito. Que me perdoem os advogados mas tais "méritos" têm que ser partilhados com mais pessoas. O que não faltam por aí são crânios que se permitem interpretar da forma mais conveniente o teor de um texto escrito. A recente polémica em torno das declarações de José Saramago é disso a prova evidente.

Reconheço que (1) os textos nem sempre são claros; (2) um texto (ou uma frase) desinserido do respectivo contexto pode conduzir a uma interpretação distorcida; (3) ser necessária uma interpretação sistemática quando partes da prosa estão em contradição com a filosofia subjacente ao todo… mas, tenham dó, há limites para tudo.

Quando um texto diz que David cobiçou Bateseba, mulher de Urias, que copulou com ela e que de tal acto veio a nascer um filho, não pode dizer que "não foi bem assim", que não houve adultério. Do mesmo modo, quando David urdiu uma forma de matar Urias, não pode dizer-se que não tenha havido assassínio, ainda que este não tenha sido o autor material do crime. Todavia, quando se diz que Amnom, filho de David e irmão de Absalão, copulou com a irmã de Absalão, Tamar, virgem até aquele momento, já não se pode dizer com precisão que tenha havido incesto, dado que Tamar, apesar de irmã de Absalão e este irmão de Amnom, podia não ser irmã de Amnom. Agora que aquela família era uma grande rebaldaria, com práticas poligâmicas com fartura, isso, com base no texto escrito, já ninguém o pode negar. Assim como quando Absalão decidiu limpar o sebo ao irmão Amnom, ninguém pode dizer que não houve fratricídio, da mesma forma que voltou a haver assassinatos entre irmãos quando Salomão mandou matar Adonias, irmão "completo" de Absalão e a 50% do próprio Salomão.

Ora bem, todo o parágrafo precedente se refere a textos bíblicos, mas precisamente ao Antigo Testamento. Isto faz da Bíblia, no dizer de Saramago, um "manual de maus costumes"? Embora as práticas ali enumeradas não sejam, de todo, as mais recomendáveis, a verdade é que em lado nenhum se pode inferir que a doutrina bíblica aprovasse tais procedimentos. Na verdade, segundo a Bíblia, o povo de Israel sofreu castigos por causa destes e de outros comportamentos igualmente bizarros. Agora, é também preciso ter presente que Saramago também não disse apenas aquela frase que provocou toda esta celeuma. Disse também que a Bíblia "tem coisas admiráveis" e que "muita coisa vale a pena ler". Se Saramago é acusado de descontextualizar os textos bíblicos sugerindo interpretações erróneas, então é igualmente verdade que aqueles que o acusam também descontextualizaram as declarações de Saramago, omitindo as passagens em que este fez menções elogiosas ao texto sagrado.

Valia a pena toda esta confusão por causa de alguém cujas afirmações se enquadram numa estratégia de promover a sua mais recente obra literária, Caim? Eu acho que não.

Publicado na edição do Brados do Alentejo de 29 de Outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PSD Estremoz: Ser militante...

3.º Post de Nuno Rato.

PSD Estremoz: Ser militante...

PSD Estremoz: Porque é (sempre) bom recordar! - Parte II

Segundo post de Nuno Rato

PSD Estremoz: Porque é (sempre) bom recordar! - Parte II

PSD Estremoz: Porque é (sempre) bom recordar! - Parte I

Insiro aqui hoje as ligações de três excelentes posts do Presidente do PSD - Estremoz, Nuno Rato.

PSD Estremoz: Porque é (sempre) bom recordar! - Parte I

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Estrutura familiar e dinâmica social

Com a devida vénia para o autor, aproveito este espaço como referência bibliográfica para os meus alunos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Usar a voz como instrumento

Já cá tivemos vários grupos deste género (estou a recordar-me, por exemplo, dos Tecto Vocal), mas rendo-me sempre a este género de comunicação musical.


SAMOS CIDADÕES

Descobri uma coisa fantástica e que agora partilho convosco: se escrevermos em MAIÚSCULAS o corrector ortográfico não assinala os erros. No discurso escrito as maiúsculas são equivalentes à forma enfática na linguagem falada. E como se dá ênfase ao discurso oral? FALANDO ALTO ou S-O-L-E-T-R-A-N-D-O o discurso. Nestas condições as pessoas que ouvem fixam-se mais na forma que no conteúdo da mensagem; dão mais atenção ao mensageiro que fala convictamente – mesmo que esteja a dizer patacoadas – que a qualquer outro orador.


Descobri também que o discurso escrito é pouco (ou nada mesmo) eficaz. Dou um exemplo: nesta última campanha eleitoral o texto do panfleto dirigido aos eleitores de Evoramonte saiu com o conteúdo que era destinado aos eleitores de Santa Vitória do Ameixial. Só soube de uma pessoa que tivesse dado por isso. Esclarecedor, não acham?


Feita a introdução vamos ao que interessa. Apesar de me ter recusado a usar esta coluna para falar da política local desde que anunciei a minha candidatura à Câmara Municipal, hoje vou abrir uma excepção, sob pena de as pessoas pensarem que estou a fugir ao assunto. Portanto, vamos a isto sem rodeios: perdi claramente estas eleições. Ser eleito vereador não mitiga o desaire eleitoral já que o objectivo era, no mínimo, fazer eleger dois representantes da lista em que estava integrado.


As dinâmicas de voto útil lesaram duplamente as candidaturas do PSD, da CDU, do CDS e do BE. Houve voto útil no MiETZ para destronar o executivo socialista; assim como houve voto útil no PS para procurar impedir o retrocesso da eleição de Luís Mourinha. Em termos práticos, o eleitorado bipolarizou-se. Nada, afinal, que eu não tivesse antevisto na minha intervenção final do último debate entre candidatos. O que nunca pensei é que tivesse esta expressão. Os votos CONTRA E PELAS MÁS RAZÕES ganharam estas eleições em Estremoz.


Enfim, apesar de todas as vicissitudes acabei eleito. Irei assumir a responsabilidade de representar aqueles que votaram a FAVOR de alguma coisa e ainda os demais que não se sentem representados neste executivo. Vou ficar entaipado entre os principais obreiros do atraso de Estremoz. Não estou a dizer que a Câmara Municipal deva ser vista como um local mal frequentado, até porque tem eleitos que me merecem respeito. Porém, devo confessar que há lá pessoas que não constituem a melhor companhia quando se pretende desenvolver um trabalho sério e responsável. Ossos do ofício.


Costuma dizer-se – e eu digo-o com muita frequência – que em democracia todos têm o que merecem. Tive, portanto, o que mereci. Porém esta máxima, para o bem e para o mal, aplica-se igualmente aos eleitores: cada terra tem também os políticos que merece. Quem ganhou tem agora um autocarro de promessas para cumprir e duvido muito que seja capaz de o fazer. Será isso uma DESGRÁCIA? Pouco importa, os queixumes a posteriori são como sopas depois de almoço. AGUENTEM-SE À BRONCA!


Publicado na edição do Brados do Alentejo de 15 de Outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Para descontrarir em dia de reflexão e de jogo da selecção

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Autárquicas (XXIII) - Agora nós!

O meu nome é António Ramalho e sou o primeiro candidato à Câmara Municipal pelo Partido Social Democrata. Nasci, cresci, estudei e trabalho em Estremoz. Conheço praticamente todos os recantos do nosso concelho. Na minha infância dizia-se que Estremoz era “a menina bonita do Alentejo”, mensagem que apenas reforçava o meu orgulho de ser estremocense.
Ler mais aqui.

Autárquicas (XXII) - Nós acreditamos em Estremoz!


Por Rui Ribeiro:

Personificando as eleições autárquicas na Câmara, espero e acredito que quem tenha mais votos seja o PSD, através do candidato que apoia o António José Ramalho. Para isso considero que há 7 pecados originais e 7 razões para acreditar para que assim seja.

Ler mais aqui.

Debate final - Lá volto eu a "rapinar" fotos de outros

Já vai sendo uma tentação. Voltei a rapinar fotos do blogue do José Gonçalez. Pareceu-me no entanto que o fazia por uma boa causa.
A primeira foto dá-nos conta do jantarão com que nos enfartaram (se calhar para ficarmos mais pesadões e, naturalmente, menos agressivos).


A segunda foto reproduz o momento da "digestão".



Na terceira foto surjo eu a olhar para coisa nenhuma. (Não faço a mais pequena ideia do que estava a pensar naquele momento.)
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