DECE é uma sigla cujo significado é: Desenvolvimento Económico do Concelho de Estremoz. Se antes do “D” colocarmos um “E” (de Empresa) a sigla daí resultante (EDECE) já passa a significar… DESCALABRO!
Corria o ano da graça de 2004 quando alguém desejou um promissor e fecundo futuro para os seus concidadãos. Era desta: com uma empresa municipal a gerir o parque de feiras, tudo iria ser mais fácil. E foi, de facto, fácil… ainda não tinha decorrido um ano já a empresa estava “equipada” com 9 (nove) pessoas. No final de Outubro de 2005, com toda a facilidade, a empresa já acumulava dívidas de MEIO MILHÃO DE EUROS.
Ora, com este desenvolvimento todo, podemos mesmo é dormir descansados. Não tarda, ultrapassamos o Burundi (país africano da região dos Grandes Lagos, onde nasce o Rio Nilo, cujo lema é: Unidade, Trabalho e PROGRESSO). Aliás, o nosso progresso é muito similar ao do Burundi só que… mais a pique.
Preocupada com a situação, a autarquia já disse que, por sua vontade, acabava com a EDECE, mas nunca, jamais, com o DECE. Aliás, as expectativas para o corrente ano de 2006 nem podiam ser mais elevadas. A Câmara Municipal de Estremoz previu um crescimento das receitas e despesas de… apenas 67%. Aliás, está-se mesmo a ver, com o desenvolvimento que nos caracteriza, é tão fácil atingirmos tal meta como a um miúdo crescer de 1 metro para 1,67 entre Janeiro e Dezembro. Canja… pice ófe queique!
O intrigante é: como conseguiram aqueles senhores apresentar o orçamento municipal sem se deixarem rir?
Chegados aqui, acabe-se com a EDECE. Mas atenção: a autarquia não nega a possibilidade de vir a criar uma nova empresa municipal. Afinal, o que está em causa não é a Gestão Empresarial; é, sim, a falta dela. Portanto, tudo bem quando acaba em bem. Vamos a ela. Já não será a EDECE, mas irá comportar o inevitável DECE, porque é de Desenvolvimento que a malta precisa como de pão para a boca.
O que não bate certo é o seguinte: fez‑se uma auditoria às contas da EDECE até Outubro de 2005. Portanto, daí para a frente até hoje devemos presumir que já tudo correu bem. Assim sendo, para quê acabar com a EDECE? Faltava o Gestor? Ah, ele queria uma empresa novinha em folha? Pois, deve ter sido isso. Com outras... com outras… onde é que eu ia? Ah, dizia eu, com outras pessoas já a coisa vai correr bem.
Parece-me que há aqui alguém que vai ter de tirar o cavalinho da chuva…
E é assim a nossa vida. Doravante quando nos voltarem a falar de desenvolvimento económico de Estremoz, haverá sempre quem diga:
– DECE!
[Publicado no Jornal "Brados do Alentejo" em 30 de Junho de 2006 (http://bradosdoalentejo.com.sapo.pt)]
Corria o ano da graça de 2004 quando alguém desejou um promissor e fecundo futuro para os seus concidadãos. Era desta: com uma empresa municipal a gerir o parque de feiras, tudo iria ser mais fácil. E foi, de facto, fácil… ainda não tinha decorrido um ano já a empresa estava “equipada” com 9 (nove) pessoas. No final de Outubro de 2005, com toda a facilidade, a empresa já acumulava dívidas de MEIO MILHÃO DE EUROS.
Ora, com este desenvolvimento todo, podemos mesmo é dormir descansados. Não tarda, ultrapassamos o Burundi (país africano da região dos Grandes Lagos, onde nasce o Rio Nilo, cujo lema é: Unidade, Trabalho e PROGRESSO). Aliás, o nosso progresso é muito similar ao do Burundi só que… mais a pique.
Preocupada com a situação, a autarquia já disse que, por sua vontade, acabava com a EDECE, mas nunca, jamais, com o DECE. Aliás, as expectativas para o corrente ano de 2006 nem podiam ser mais elevadas. A Câmara Municipal de Estremoz previu um crescimento das receitas e despesas de… apenas 67%. Aliás, está-se mesmo a ver, com o desenvolvimento que nos caracteriza, é tão fácil atingirmos tal meta como a um miúdo crescer de 1 metro para 1,67 entre Janeiro e Dezembro. Canja… pice ófe queique!
O intrigante é: como conseguiram aqueles senhores apresentar o orçamento municipal sem se deixarem rir?
Chegados aqui, acabe-se com a EDECE. Mas atenção: a autarquia não nega a possibilidade de vir a criar uma nova empresa municipal. Afinal, o que está em causa não é a Gestão Empresarial; é, sim, a falta dela. Portanto, tudo bem quando acaba em bem. Vamos a ela. Já não será a EDECE, mas irá comportar o inevitável DECE, porque é de Desenvolvimento que a malta precisa como de pão para a boca.
O que não bate certo é o seguinte: fez‑se uma auditoria às contas da EDECE até Outubro de 2005. Portanto, daí para a frente até hoje devemos presumir que já tudo correu bem. Assim sendo, para quê acabar com a EDECE? Faltava o Gestor? Ah, ele queria uma empresa novinha em folha? Pois, deve ter sido isso. Com outras... com outras… onde é que eu ia? Ah, dizia eu, com outras pessoas já a coisa vai correr bem.
Parece-me que há aqui alguém que vai ter de tirar o cavalinho da chuva…
E é assim a nossa vida. Doravante quando nos voltarem a falar de desenvolvimento económico de Estremoz, haverá sempre quem diga:
– DECE!
[Publicado no Jornal "Brados do Alentejo" em 30 de Junho de 2006 (http://bradosdoalentejo.com.sapo.pt)]
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