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Às vezes não sei bem se malucos são aqueles que têm uma monumental pancada ou se neste conjunto devemos incluir todos aqueles que os rodeiam e que lhes alimentam as taras. Vou dar um exemplo. Conheci um sujeito que certo dia um colega de escola perguntou por ele ao seu pai. Como é natural, o amigo referiu-se ao jovem pelo seu nome próprio. O pai parece que não gostou que o filho fosse tratado de forma tão displicente (pelo nome próprio) já que este tinha acabado de se licenciar e respondeu: "o Dr. Fulano (referindo-se ao filho) está ali no Alentejano (um certo café numa terra alentejana que não a nossa) com o (e agora invento os nomes) Manuel, com o Joaquim e com o Rafael."
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Anos mais tarde, este tal Dr. Fulano, dono de um ego desmesurado, depois de ter passado boa parte da sua vida a bajular os seus superiores, conseguiu ele, finalmente, um cargo público de reconhecido destaque. Iniciada a sua gestão, as coisas não lhe estavam a correr de feição. Então reuniu o seu staff e saiu-se com esta: "vocês não têm pedalada para mim!". Resumindo: a culpa era dos colaboradores que se limitavam a cumprir as suas orientações. Ora aí está uma saída genial típica dos incompetentes: a culpa é sempre de outros (e, efectivamente, é, mas apenas porque os aturam).
Friedrich Nietzsche, antes de (também) enlouquecer, escreveu uma frase que descreve bem este tipo de personagens: "Em todos os grandes impostores existe uma ocorrência notável à qual devem todo o seu poder: têm o génio de transmitir uma inabalável confiança em si próprios e no resultado das suas acções, que se afiguram de forma milagrosa e atraente aos que os cercam". Este fenómeno baseia-se num simples encadear de causas e efeitos:
líder que acredite estar destinado a grandes feitos, tende a piorar sempre que aqueles que o rodeiam lhe dão crédito. Se num primeiro momento todos podemos ser apanhados de surpresa – afinal, se tais personagens estão tão confiantes devem ter alguma razão para isso – deixa de haver desculpas quando se percebe o embuste.
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Não andamos nós a alimentar taras e manias a quem não merece?
Publicado na edição do Brados do Alentejo de 28 de Maio de 2009
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