Sufrágio universal
Começo com uma citação (entrecortada aqui e ali para abreviar):
"… o povo (…) não sabe escolher os homens mais capazes (…), não possui (…) capacidade reflexiva para acompanhar os conflitos sociais, económicos, jurídicos e até filosóficos que o Estado moderno enfrenta…"
Já está. Agora é tempo de referir que há quem assim pense e que, sem pudor, se considera democrata. São pessoas que têm uma ideia muito peculiar de Democracia. Para eles, que advogam um sistema de castas, o melhor mesmo é a populaça não votar. Espantoso. Fazem lembrar a resposta que Oliver Cromwell deu aos seus soldados em 1649, depois executar o Rei Carlos I de Inglaterra: – Votar? Mas para que querem vocês votar se nem sequer têm propriedades para defender? Confiem em nós, não são os proprietários que vos sustentam? Então, o nosso interesse é o vosso interesse!
São notáveis as semelhanças com os notáveis.
As directas no PSD
Considerando os votos validamente expressos, pode dizer-se que, em Estremoz, Menezes esmagou Mendes (80% contra 20%). No distrito de Évora (incluindo, como é óbvio, Estremoz), Mendes calcou Menezes (72% contra 28%). No plano nacional, Menezes venceu (56% contra 44%). Uma pergunta se coloca – que alguns acharão impertinente – e esta é: o país laranja votou em cada um dos candidatos por o acharem a melhor solução? Ou, pelo menos em alguns casos, terá havido votos de protesto ou contra o candidato que não queriam ver ganhador? As respostas as estas questões entram no domínio da especulação, ainda assim, existem indicadores que sugerem que houve quem votasse Menezes para dar uma lição aos notáveis; assim como terá havido quem votasse em Mendes por temerem a instabilidade associada (não interessa agora se justa ou injustamente) a Menezes. Em Estremoz houve indícios deste fenómeno. De facto, alguns votantes alteraram o seu sentido de voto quando estavam em causa os delegados ao Congresso, ficando a lista afecta a Mendes a apenas 16% (perante uma diferença de 60% nas directas) da lista afecta a Menezes.
Estado de (des)graça
De uma maneira geral, todos os recém-empossados usufruem do denominado "estado de graça", ou seja, aquele período em que lhes é concedido o benefício da dúvida até que sejam visíveis os efeitos das mudanças que implementam ou originam. No entanto, com Santana Lopes tal não sucedeu. Pelo contrário, ainda antes de tomar posse já estava em desgraça. Por seu turno, com Menezes parece que o filme se está a repetir. Haverá alguma razão válida para que os "opinion makers" tentem destruir as pessoas antes de elas terem oportunidade de mostrar o que valem? Haver razões, há certamente, agora razões confessáveis, duvido.
Ciência na Rua
Numa iniciativa conjunta do Município, do Pólo de Estremoz da Universidade de Évora e do Centro de Ciência Viva, a Ciência esteve na rua no passado fim-de-semana. Achei bem.
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