sexta-feira, 19 de março de 2010

Porque vou votar PPC


Há muitos que pensam que as eleições directas no PSD constituem um tema que só a este partido (e aos seus militantes) diz respeito. Permitam-me que discorde desta perspectiva. Escolher o líder do PSD poderá significar também, se bem que sem qualquer garantia, escolher o próximo primeiro-ministro de Portugal. Não importa se alguns dos nossos concidadãos se revêem, ou não, no PSD, nos seus dirigentes ou no seu líder eleito em particular. O que importa, isso sim, é ter consciência que se o PSD chegar ao poder – hipótese que está longe de ser remota – a forma como vierem a ser conduzidos os destinos do país irá afectar a todos, incluindo aqueles nunca votaram nesta força política.
Feita a introdução clarifico desde já a minha opção enquanto militante do PSD: vou votar em Pedro Passos Coelho! Não tenho que estar de acordo com ele em tudo (e não estou), assim como não me sinto compelido a discordar de tudo quanto dizem os seus principais adversários nesta corrida eleitoral interna do PSD. Centrei-me no essencial e procurei descortinar em qual dos candidatos existia um maior denominador comum em relação à minha própria ideia sobre o rumo que este país deve seguir. Noutro ângulo, olhei também para o lado humano de cada um dos candidatos, para a consistência das suas ideias, para a coerência demonstrada ao longo do tempo e, finalmente, para a valia e autenticidade das atitudes evidenciadas no exercício da Política. Feito o exercício, fiquei sem dúvidas.
Ao contrário de outros candidatos – que, no essencial, representam uma linha de continuidade em relação à actual direcção do PSD –, Passos Coelho apresenta uma visão substancialmente diferente, a qual assenta na devolução de Portugal aos portugueses, na responsabilização da sociedade civil e dos representantes desta no exercício de funções no Estado. Reparem bem: como é possível que tendo Portugal beneficiado de ajudas muitos milhares de milhões de euros da União Europeia ao longo dos últimos 15 anos continuemos, em termos relativos, tão pobres e tão distantes da média comunitária? Pior que isso, como se explica que outros países, chegados à UE depois de nós, à partida mais pobres e que beneficiaram de menores ajudas, já apresentem níveis de rendimento superiores? Como se explica que tendo Portugal um nível de asfixia fiscal dos mais elevados da Europa, ainda tenham de ser os cidadãos cumpridores a pagar a factura do desequilíbrio das contas públicas?
Passos Coelho tem-se rebelado contra isso e promete um Estado regulador que combata mordomias e benesses completamente injustificadas. Antes de me aumentarem os impostos, alguém vai perder os "prémios" que nunca mereceu em empresas do Estado. Antes de me aumentarem os impostos, as concessões de estradas com lucro garantido vão terminar. Antes de me aumentarem os impostos, as negociatas no seio do Estado vão acabar.
Passos Coelho não promete facilidades nem cede à tentação de dar respostas agradáveis. É-me mais fácil acreditar em pessoas assim.
Publicado na edição de 18Mar2010 do Jornal Brados do Alentejo.
As imagens foram colhidas nos sítios para que apontam as respectivas hiperligações.

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