A convite de Hernâni Matos integro o grupo fundador do blogue colectivo EstremozNet e colaborei (com propostas de emendas, de supressões e de aditamentos) na elaboração do respectivo estatuto editorial. A criação deste blogue colectivo insere-se num projecto mais vasto, o qual inclui, entre outras iniciativas, a realização do I Encontro de Bloggers, Webmasters e Facebookers de Estremoz.
Mas falemos, apenas e por ora, do EstremozNet. Um blogue colectivo tem inequívocas vantagens: tem maior dinamismo, mais visitas e, por maioria de razão, um maior interesse que decorre do facto de com múltiplos autores, múltiplas sensibilidades, múltiplas opiniões é sempre possível comparar o verso e reverso, o ponto e o contraponto. Mais: tudo isto será feito por estremocenses (por nascimento ou por opção) e… sempre por estremocenses devidamente identificados.
Por via de regra o debate sério, construtivo e responsável faz-se através de opiniões com assinatura. Logo, a crítica fácil, maldizente, mal intencionada e cobarde (porque não dizê-lo), não vai ter espaço neste blogue. Como é evidente, este facto vai afastar aqueles que, beneficiando de total impunidade e sem qualquer respeito pela Ética na Comunicação, vêem na Web uma via de conspurcar outros com a sua má formação e baixos instintos. Vai também afastar aqueles que têm o mórbido prazer de ver salpicos de sangue… de outros.
Esta opção tem, todavia, um reverso que se traduz num inconveniente. Nem todos os anónimos são pessoas mal formadas. Alguns haverá – e já citarei exemplos – que podem estar compelidos a não poderem assumir a sua identidade, sob pena de ficarem sujeitos a represálias pelo seu grito de liberdade. Curiosamente, eu – que, em abono da verdade, nem sequer sei se me posso considerar um verdadeiro blogger – até fui muito influenciado para entrar nesta aventura da blogosfera por um blogue (que ainda hoje muito admiro) cujo(a) autor(a) até era anónimo(a) (Semiramis). O(A) autor(a) era anónimo(a) porque ocupava uma posição de destaque na hierarquia da Administração Pública e corria riscos efectivos se assinasse as suas opiniões, as suas denúncias. Aliás, sempre que alguém depende hierarquicamente de uma pessoa intolerante e sem escrúpulos, temos que o reconhecer, tal pessoa fica cerceada na sua liberdade. Às vezes, o anonimato é a única via… e tanto assim é que a moderna Corporate Governance de algumas empresas já admite o recurso a linhas anónimas como forma de ficar a saber quem anda a roubar quem, o quê e como.
Chegados aqui alguns se interrogarão: porque subscreves então um estatuto editorial que bane o anonimato? A minha resposta é: não confundamos as coisas. Uma coisa é denunciar injustiças a coberto do anonimato; outra bem diferente, é usar o anonimato para lançar anátemas sobre pessoas inocentes, corajosas ou, pura e simplesmente, de quem não se gosta por esta ou aquela razão. Não confundamos coragem com cobardia reles.
Que fazer então se alguém quiser denunciar, anonimamente, uma injustiça neste espaço? A resposta é simples: todos os autores deste blogue disponibilizam uma caixa de correio electrónico. Mande uma mensagem privada, conte o que lhe vai na alma… se o destinatário tiver condições de verificar (comprovar) as suas alegações, se se revir nelas, então será ele quem irá fazer a denúncia pública… mas, como é óbvio, com ASSINATURA.
Notas:
As imagens são do autor ou foram colhidas nos locais para as quais apontam as respectivas hiperligações;
Também publicado em EstremozNet.
0 Comentários:
Enviar um comentário