sexta-feira, 30 de abril de 2010

Euribor Abril 2010

Os indexantes para os contratos de financiamento cuja renovação ocorra durante o mês de Maio são os seguintes:
• Euribor a 3 meses: 0,645% (Exactamente o mesmo valor do mês passado e -0,035% que no trimestre anterior);
• Euribor a 6 meses: 0,955% (Mais 0,003% que no mês anterior e -0,062% que no semestre anterior).

Para saber qual a taxa de juro a aplicar basta adicionar o spread.
Os efeitos desta redução da taxa de juro só irão evidenciar-se a partir do mês de Junho.
Alerto, todavia, que os efeitos no valor das prestações são manifestamente desprezíveis (redução de 1,34  e 2,31 euros/mês, respectivamente, por cada 100 mil euros de empréstimo por um prazo de 25 anos).

A nota mais evidente do comportamento da Euribor deste mês foi o facto de, pela primeira vez desde o final do 3.º trimestre de 2008, a tendência ter sido invertida e já se estar a assistir a uma subida das taxas de juro. O mês passado, os valores registados foram os mais baixos de sempre desde que existe o Euro.

É melhor ires à bruxa

Confesso que não estava à espera que a minha recomendação fosse objecto de divulgação pública.
Por isso esclareço: o facto de me solidarizar com alguém que apanhou uma valente chuvada não quer necessariamente dizer que esse alguém não seja responsável por ter saído quando chuvia ou por tê-lo feito sem guarda-chuva. Isto também não quer dizer que quem se encharcou "estava a pedi-las"; quer tão-somente dizer que, independentemente de ser previsível ou devido a uma brusca mudança do estado do tempo, "quem anda à chuva, molha-se".

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Lição do Creoula



Cumpri o serviço militar já tarde. Depois de ter feito a instrução
militar básica na Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro, fui colocado na Administração Central de Marinha, ali à Ribeira das Naus, juntinho ao Terreiro do Paço da nossa capital. Com 27 anos, já casado e pai, senti necessidade de equilibrar o orçamento familiar, pelo que aceitei trabalhar à noite numa empresa no Feijó, onde realizei uma auditoria contabilística. Criei então uma rotina a partir das 17:30 que passava por comer uns rissóis de berbigão na Baixa, depois dirigia-me à Doca da Marinha, apanhava a vedeta para a Base Naval do Alfeite, jantava na messe de oficiais às 19, autocarro para o Feijó às 20, (re)começava a trabalhar das 20:30 à meia-noite e meia e iniciava o percurso de retorno: autocarro até Cacilhas, cacilheiro para o Cais do Sodré, eléctrico para Alcântara, até que chegava (por volta das 2 da manhã) às instalações militares da Praça da Armada, onde pernoitava. Na manhã seguinte apanhava o eléctrico às 8:30, chegava à Direcção da Fazenda Naval pelas 9, fazia o turno da manhã, almoço, turno da tarde, e assim fechava o ciclo.
Porém, houve um dia que quebrei a rotina. Fui desafiado por uns camaradas, que habitualmente jantavam comigo, a ir visitar o navio-escola Creoula. Aquele que eu queria mesmo ver era o navio-escola Sagres, mas esse andava em viagem de longo curso e, portanto, tive de me contentar com o antigo bacalhoeiro que, à vela, percorreu as costas da Terra Nova na sua juventude. Como em tantas outras coisas na vida, o possível sobrepôs-se ao desejável, mas dei o tempo por bem empregue: aprendi uma lição valiosa.
Ali aprendi que um bom timoneiro, pelas decisões que toma, pode fazer a diferença entre o sucesso e o infortúnio… mas ouvi também da boca de um comandante que este sem a tripulação de nada valia. São tantas as tarefas a bordo que só sob uma rigorosa organização, num quadro de cooperação, de disciplina, de responsabilidade, de entreajuda e de harmonia entre os membros da equipa é possível levar um veleiro a bom porto. Ali aprendi que os méritos individuais são importantes e, como tal, são desejados. Podem mesmo fazer a diferença, porém, por muito bons que sejam, são sempre insuficientes. Um veleiro de 4 mastros exige sempre trabalho de coordenação em equipa e jamais deve sair do porto de abrigo sem estar imbuído de um forte espírito colectivo, já que o todo é sempre maior que a mera soma das partes.
Lembrei-me desta lição recentemente quando soube que Zeinal Bava e António Mexia haviam sido considerados entre os melhores CEO da Europa (gestores, para não complicar), elevando-os assim à condição de deuses do Olimpo. A avaliar pelo que ganham, é-me fácil acreditar que seriam capazes de navegar no Creoula sem guarnição… Ou não?
Notas:
Publicado na edição de 29Abr2010 do Jornal Brados do Alentejo;
As imagens foram colhidas nos sítios para os quais apontam as respectivas hiperligações.

sábado, 24 de abril de 2010

John Philip Sousa - a diáspora portuguesa no mundo

Há muitas formas de aprender e uma delas estava quase esquecida para mim: a rádio. De facto, há muito que reservo à rádio apenas duas tarefas: ouvir notícias; e ouvir música (em geral quando viajo de carro). Ontem, enquanto percorria canais de rádio durante uma pequena viagem ouvi uma reprodução duma marcha militar que já havia ouvido dezenas de vezes: Stars and Stripes Forever.
O que eu não sabia e só ontem fiquei a saber é que o autor desta marcha era luso-descendente. John Philip Sousa nasceu em Washington em 1854, mas era filho de um português nascido em Espanha e, portanto, neto de portugueses de origem açoriana, os quais, segundo a nota biográfica que li, se refugiaram no país vizinho.
John Sousa apelidava-se a si próprio "The March King" (O Rei das Marchas) e compôs inúmeras marchas militares, operetas e até os hinos de 4 universidades americanas. A ele se deve a criação do Sousafone, uma imensa tuba carregada ao ombro do músico, a qual visava o reforço dos graves nas suas marchas; e, bem assim, foi também um dos responsáveis pela grande divulgação do piccolo, um flautim que toca uma oitava acima da flauta comum e cujo som recorda o cantar de um rouxinol. (Na marcha abaixo reproduzida - uma reedição de 1931 de uma obra datada de 1909, inicialmente editada pela Thomas Edison Records - é bem audível o som do piccolo).
Enfim, isto pode não interesse nenhum mas achei curioso e... por pouco racional que isto possa parecer, fiquei de certa forma orgulhoso por o John Philip Sousa ser neto de portugueses que, por alguma razão que não descortinei, tiveram que se pisgar de Portugal. É o mesmo tipo de orgulho que sinto quando o Cristiano Ronaldo marca um golo pelo Real Madrid ou quando um estremocense - que não conheço nem conheço ninguém que conheça - vai treinar uma equipa rival da minha preferida.
O bairrismo e o nacionalismo pode ser irracional mas lá que existe, existe.



Também publicado em EstremozNet

quinta-feira, 22 de abril de 2010

I Encontro de Bloggers, Webmasters e Facebookers do Concelho de Estremoz

Para conhecer os detalhes desta iniciativa clique aqui.

Nota: A imagem foi colhida no local para o qual aponta a respectiva hiperligação.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Passos de Mudança


Vi e ouvi a entrevista a Pedro Passos Coelho no programa Sinais de Fogo de Miguel de Sousa Tavares. Embora admita que outros tenham interpretado de forma diversa as palavras proferidas, devo dizer que, para mim, a prestação do entrevistado foi magistral, brilhante. Teve o dom de nos permitir ver para além da bruma, conferindo-nos a esperança de que há outros caminhos (ainda não trilhados) para sairmos da desconfortável situação em que nos encontramos. Por outro lado, teve também o mérito de ter conseguido desmistificar o papão liberal, como se alguma vez ele tivesse preconizado um Estado lassez-faire, do tipo salve-se quem puder. Pelo contrário, defendeu clara e energicamente um Estado regulador, um Estado Social no apoio a quem verdadeiramente precisa e, bem assim, assumiu-se um firme opositor aos monopólios artificiais criados pelo Estado, bem como às negociatas escandalosas que a actual situação de penumbra sempre permite.
Depois de ter tomado contacto com algumas reacções de amigos e conhecidos, confesso que fiquei surpreendido com a surpresa de alguns. Vou explicar-me melhor: algumas dessas pessoas ficaram agradavelmente surpreendidas com a prestação de Passos Coelho, reconhecendo-lhe pela primeira vez alguns dos méritos que, em boa verdade, sempre teve. A mim, o que me surpreendeu foi justamente só terem percepcionado tais qualidades agora e não antes, por exemplo, há dois anos atrás. No entanto, bem vistas as coisas, até faz sentido: Passos Coelho é também vencedor por ter conseguido sobreviver a uma das mais violentas campanhas descredibilizadoras alguma vez movidas contra um político dentro do seu próprio partido. Valeu tudo: apontaram-lhe incongruências no discurso (que nunca existiram); que era plástico como a Barbie (bonito por fora e oco por dentro); disseram que estava acompanhado de gente de má índole e, finalmente, quanto todos os outros argumentos falhassem, restava sempre o anátema de liberal, procurando com este rótulo fazer dele o maior reaccionário de Portugal.
O curioso é que apesar das más intenções da acusação, Passos Coelho não se deixou descaracterizar e, a par de se considerar social-democrata e reformista, nunca recusou o rótulo de liberal. E porquê? Porque o conceito europeu de liberal – conceito que foi corrompido do lado de lá do Atlântico – é primeiro político e humanista (decorre da liberdade humana) e só depois é também económico. E ser liberal em termos económicos (na Europa) apenas significa isto: ao Estado o que é do Estado; aos privados o que é dos privados. O que não cabe dentro desta definição é o Estado proporcionar bons negócios a meia dúzia de bons amigos para que estes enriqueçam à custa de todos nós.
Pedro Passos Coelho, com elevação e integridade de carácter, resistiu a tudo. Não cedeu à tentação de querer parecer bem ou dizer apenas aquilo que era politicamente mais conveniente. Merece confiança.
Notas:
A foto foi obtida no sítio para o qual aponta a respectiva hiperligação.
Publicado na edição de 15 de Abril do Jornal Brados do Alentejo

NABUCCO

Sinais de Fogo - Pedro Passos Coelho

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Estremoz" a 25%

Depois de ter visionado a RTP Memória em que ouvi uma alusão a uma locomotiva denominada “Estremoz”, a minha curiosidade ficou espicaçada pelo meu (pouco racional, mas real) bairrismo. Vai daí escrevi para a CP a tentar obter mais dados sobre a referida locomotiva. A resposta que obtive foi a seguinte:

“A locomotiva que refere é a 02049 que estava à data do documentário na secção museológica de Nine. Este dado terá de ser confirmado junto da Fundação do Museu Nacional Ferroviário, com sede no Entroncamento.

A locomotiva 02049 não é a primeira locomotiva em Portugal, mas sim a locomotiva mais antiga existente em Portugal. A locomotiva em questão, foi adquirida após a inauguração e não se encontra no estado original. Quanto às locomotivas da inauguração em 1856 nenhuma sobreviveu.

Por outro lado, nada garante que aquela em particular seja a que em 1857 teve o nome ESTREMOZ, pois fazia parte de uma série de 4 unidades iguais (denominadas ALEMQUER, ESTREMOZ, LEIRIA e VILLA FRANCA). Sabe-se que aquela locomotiva, quando foi vendida pela CP para o Minho e Douro recebeu o nome ESTE, alusivo ao Rio Este, e alguém se lembrou de fazer uma associação que tal teria a ver com anteriormente chamar-se ESTREMOZ. No entanto, tal opinião não é suportada por nenhuma evidência histórica, tanto mais que na época da venda ao MD a locomotiva há muito que já não tinha o nome original.

Os fundamentos do nome, derivam simplesmente do facto de ser habitual naquela época identificar as locomotivas por nomes e não por números como viria a ser o caso poucos anos depois. Esses nomes eram escolhidos de cidades, rios, personagens ilustres, etc. No caso português, adoptaram-se nomes de cidades e vilas importantes na época (para além das já mencionadas, outras locomotivas da mesma época foram designadas LISBOA, PORTO, AZAMBUJA, SANTARÉM, ELVAS, MADRID e CAMÕES).

Não houve qualquer padrinho ou madrinha na atribuição do nome. Era um acto puramente administrativo e técnico para permitir identificar os veículos”

Alguns dias mais tarde solicitei também à Associação Portuguesa dos Amigos do Caminho de Ferro que informassem daquilo que soubessem sobre o assunto. A resposta obtida vai exactamente no mesmo sentido da anterior, ou seja, a probabilidade de que a mais antiga locomotiva a vapor que chegou até nós ser a "Estremoz" é de 25%. A resposta foi a seguinte:

"A locomotiva que aparece no documentário da RTP tem o número 02049 e está preservada na secção museológica de Nine.

Fazia parte de uma série de quatro locomotivas iguais, fabricadas no Reino Unido pela empresa William Fairbairn & Sons e adquiridas em 1857 pela Administração do Caminho-de-Ferro de Lisboa a Santarém, para serviços mistos naquela linha, hoje integrada na linha do Norte. Nessa época as locomotivas daquele caminho-de-ferro eram identificadas por nomes e não pela mais generalizada prática da atribuição de números, tendo recebido os nomes “ALEMQUER, “ESTREMOZ, “LEIRIA” e “VILLA FRANCA. Esta era uma prática meramente administrativa e técnica, destinando-se unicamente a permitir distinguir as locomotivas, não havendo qualquer padrinho ou madrinha.


Em 1874 já só restavam duas delas, tendo sido ambas vendidas pela Companhia Real (antecessora da CP) ao Caminho-de-Ferro do Minho e Douro (MD) para auxiliar na construção daquelas linhas. Nesta empresa sabe-se apenas que em 1882 já só havia uma delas, com o número 17 e o nome “ESTE”, alusivo ao Rio Este, como era prática habitual naquela empresa.

Posteriormente foi significativamente modificada para o aspecto com que chegou até hoje, com a numeração 02049 atribuída em 1931 na sequência da exploração do MD pela CP.

Será de salientar que não existe qualquer fonte histórica fidedigna que possa sustentar a tese de alguns, de que a 02049 seja a que em 1857 era designada “ESTREMOZ, tese essa que se baseia unicamente numa alegada semelhança (!) de nomes entre ESTE e ESTREMOZ. Tal é, na nossa opinião, tanto mais inverosímil, na medida em que quando as locomotivas foram vendidas para o Minho e Douro já não tinham o nome por que eram identificadas no início da sua circulação em Portugal, sendo apenas identificadas pelos números já referidos.

Assim, pese embora as dúvidas que se acabaram de afirmar, julgamos que a locomotiva em questão tem pleno cabimento no “bairrismo” que o caro interlocutor assume na sua questão, desde que devidamente enquadrada na dúvida histórica existente e nos 25% de probabilidade de que a locomotiva em questão se tenha chamado “ESTREMOZ."

Notas:

  • A foto divulgada é propriedade da CP;

  • Também publicado em EstremozNet

 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Brilhante, sem aparatos

Eu sei que sou suspeito, apoiei Pedro Passos Coelho há dois anos, voltei a apoiá-lo agora, fui ao lançamento do seu livro a convite directo e pessoal dele, enfim, sou suspeito. Todavia, fazendo o exercício de distanciamento possível, considerei a sua prestação nos "Sinais de Fogo" sóbria, franca, sem falsas promessas e, portanto, nada demagógica. Provavelmente ouvimos coisas que preferíamos não ter ouvido, em especial quando se referiu à muito débil situação económica do país. Falou-nos verdade, sem rodeios, porém, ao contrário do que até aqui acontecia, consegui ver sinais claros de esperança para além das nuvens negras mais imediatas.
Foi Brilhante, sem aparatos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A propósito da locomotiva "Estremoz"...

Tendo sido questionado sobre as fontes da informação veiculada no post anterior, esclareço: o vídeo seguinte constitui um resumo de um documentário produzido pela RTP (da autoria de Paulo Silva Costa) a propósito das comemorações dos 150 anos dos caminhos-de-ferro em Portugal. Neste resumo, a partir do minuto 05:25 vem a resposta à questão formulada.


Também publicado em EstremozNet

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sabia que...

... a mais antiga locomotiva portuguesa que chegou até nós - a vapor, de 1857 - foi denominada "Estremoz"?

Notas:

  • A imagem foi colhida no sítio para o qual aponta a respectiva hiperligação;

  • Também publicado em estremoznet.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sensibilidade e bom senso II


Em Fevereiro de 2007 publicou este jornal uma crónica minha intitulada "Sensibilidade e bom senso", a qual versou sobre o abate injustificado de árvores no espaço urbano de Estremoz. Passados 3 anos e, curiosamente, na mesma semana em que a RTP 2 inicia a difusão de mais uma adaptação televisiva de uma obra de Jane Austen (desta feita, "Emma"), volto ao mesmo tema pelas piores razões: o abate criminoso de árvores continua.
Classifiquei de "criminoso" o abate de árvores mesmo sem ter a certeza se, do ponto de vista jurídico-legal, se trata efectivamente de um crime ou de uma mera violação das normas de conduta social (de uma contra-ordenação, portanto). Enfim, a classificação jurídica do acto pouco importa agora, para mim é um crime e ponto final. De facto, não vejo qualquer similitude entre um estacionamento proibido – o qual basta remover o carro e o problema fica resolvido – e destruir o património arbóreo (com dezenas, quiçá centenas, de anos de vida) que integra a nossa paisagem. Neste último caso, é toda uma memória colectiva que é banida da nossa vivência e cuja reposição da situação anterior ao "crime" só ocorrerá, na melhor das hipóteses, quando a maior parte de nós já estiver na quinta dos pés juntos a fazer tijolo.
Há 3 anos vi tudo o que se estava a passar, ao vivo e a cores, com estes que a terra há-de comer; desta vez só quase 2 anos depois vim a saber do crime e… através de terceiros. Há 3 anos, o crime foi cometido dentro da cidade de Estremoz; desta vez, o crime foi cometido na antiga estrada N4, a seguir à passagem de nível da Fonte do Imperador. No dizer de Alejandro Casona "as árvores morrem de pé"… pois mas isso é quando morrem de causas naturais; desta vez as árvores foram assassinadas de pé, através de uma poda excessiva deliberadamente feita com a intenção de as matar. Ora aí está uma daquelas coisas que me chateiam: quem ordenou, quem consentiu, quem não agiu, fê-lo de forma dissimulada com o claro propósito de matar e ao mesmo tempo com a intenção de dar ares de "acidente", facto que torna ainda mais hediondo este crime com recurso à tortura. Só de uma coisa os criminosos não podem ser acusados: da ocultação dos cadáveres. Os restos mortais das árvores continuam lá… de pé.
A minha veia romanesca leva-me a chamar "túnel verde" às estradas circundadas de árvores de grandes dimensões, por sempre ter visto neles a simbiose perfeita da intervenção do Homem em harmonia com a Natureza. Ali, no antigo caminho para Lisboa havia um… que alguém se encarregou de destruir de forma irremediável. Esse alguém havia de ser condenado, no mínimo, a repor aquilo que destruiu. Já não seria para proveito daqueles que hoje integram o mundo dos vivos, porém, tenho a certeza que os nossos netos ainda se iriam deliciar com o túnel verde.
Notas:
Publicado na edição de 01Abr2010 do Jornal Brados do Alentejo;
Também publicado em EstremozNet;
As imagens são do autor ou foram colhidas nos locais para os quais apontam as respectivas hiperligações.
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