quinta-feira, 31 de maio de 2007

1. Charrua no Deserto; 2. Os popós da vereação

1. Charrua no Deserto

Lembram-se da gafe do PIB (aquela de Guterres)? As gafes em si pouco valem. Afinal, são meros lapsos de memória ou de linguagem que qualquer um pode cometer. Mais relevantes são os estados de alma que estão por detrás de tais lapsos, esses sim, verdadeiramente preocupantes. No caso de Guterres, não foi o facto de ele, momentaneamente, não se lembrar do valor do PIB que foi importante. Foi, sim, ele não ter a mais pequena ideia do que estava a falar, já que estava a papaguear sobre algo que lhe sopraram ao ouvido e da qual não tinha noção, quanto mais conhecimento.

Desta feita, as gafes vieram aos molhos. De Mário Lino, um engenheiro inscrito na respectiva ordem profissional, com o Deserto; de Sócrates, engenheiro de profissão (embora não exerça), apelando ao esforço de todos para um país mais… pobre; de Milú, a educada ministra que responde a apupos com vaias, que não viu nada de anormal no caso Charrua; e, finalmente, de Aníbal Cavaco Silva, o nosso honorável Presidente da República, não por ter dito alguma coisa audível, mas sim por ter mantido um silêncio ensurdecedor quando, jamais, o podia fazer.

No caso de Mário Lino, a verdadeira gafe não é ter ofendido – involuntariamente, acredito – toda a margem Sul ou, mais particularmente, os residentes das Faias e do Poceirão. O verdadeiro lapso é a sua falta de visão estratégica, o seu desconhecimento da Teoria dos Pólos de Crescimento. Mário Lino provavelmente não sabe que a americana Las Vegas, cuja área metropolitana tem hoje cerca de dois milhões de habitantes, tinha sensivelmente a mesma população que a nossa freguesia de Veiros no dealbar do séc. XX. Las Vegas, que foi, literalmente, construída no deserto, regista hoje cerca de 1000 voos diários e… não tinha escolas, não tinha hospitais e nem sequer gente que fizesse vulto numa claque de futebol. E o que foi que mudou esse estado de coisas? Um mero terminal ferroviário associado a uma localização estratégica excelente.

Ora, localização estratégica excelente também Estremoz tem. Portanto, mesmo que para Lino sejamos uma miragem, que Milú feche escolas, que Costa feche esquadras, que Campos feche hospitais, que Sócrates nos queira mais pobres, e que Cavaco se cale quando devia gritar em nome da liberdade, o Alentejo vai não só sobreviver como até, dentro de algum tempo, tornar-se um pólo de desenvolvimento. O paradoxo desta situação, que mais parece ironia socrática, é que o Alentejo tornou-se atractivo graças ao seu próprio abandono, sendo hoje um lugar recatado e apetecido, onde vale a pena investir. Esta mesma foi a conclusão que extraí da Conferência/Debate sobre o Turismo – organizada por um grupo de jovens estremocenses – que teve lugar no passado fim-de-semana no Centro de Ciência Viva. A esses jovens, o meu Bem-Hajam!

2. Os popós da vereação

São tão giros… e económicos. Foi mesmo uma boa escolha.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

1. (H)ondas de mudança; 2. Estavas mesmo a pedi-las; 3. Universidade Independente; 4. Maddie

1. (H)ondas de mudança

É com muita honra que vos anuncio que o Município de Estremoz entrou, finalmente, na rota da prosperidade e do desenvolvimento. São já evidentes sinais claros e exteriores da nossa riqueza colectiva, facto que deixa qualquer estremocense que se preze a transbordar de alegria e de orgulho pela sua tão nobre origem. De um momento para o outro, como que por magia, a autarquia saneou as suas contas – que tão pesadas eram no 1.º de Novembro de 2005 –, pagando o que devia, a tempo e horas, aos fornecedores e às entidades bancárias que suportaram durante os anos os devaneios despesistas que caracterizaram a administração municipal até aquela data. Como é evidente, este milagre económico só foi conseguido graças a uma genuína e efectiva Gestão Autárquica, a qual reclamou alguns sacrifícios aos estremocenses em geral – e a alguns trabalhadores em particular – mas que foram largamente compensadas pelos benefícios colectivos de que actualmente já desfrutamos. Hoje, Estremoz é um imenso jardim de harmonia, com espaços limpos e bem cuidados, onde proliferam actividades económicas promissoras e amigas do ambiente (que antes eram emperradas por um licenciamento municipal castrador). É uma cidade recheada de equipamentos e de mobiliário urbano que potencia uma qualidade de vida inimaginável há apenas 1 ano e ½ atrás.

Hoje, ao contrário de antes, já não se recorre ao endividamento oculto, contraído nas costas da população e da Assembleia Municipal, para possibilitar a realização de despesas injustificadas e injustificáveis. É por isso que estes Hondas da mudança, ecológicos, são um prémio justo para aqueles que nos proporcionaram este Nirvana de Bem-Estar. É caso para dizer: – DECE!

2. Estavas mesmo a pedi-las

Por falar no Jardim do Éden, lembrei-me agora das eleições na Madeira. A aposta de Sócrates era minar o último mandato do Alberto João para, desta forma, potenciar a transição tranquila para o socialismo socrático. A estratégia era simples: vá de dizer que a Madeira era rica graças ao off-shore, como se os navios mercantes de quase todo o mundo e os lucros das sociedades estrangeiras sediadas naquele arquipélago fossem propriedade dos madeirenses. Acontece que Jardim, de quem não é fácil gostar dado o seu assumido populismo e modos desabridos, percebeu a golpada e antecipou-se. Se as regras do jogo iam mudar a meio do mesmo, havia que denunciar a parcialidade dos árbitros. Foi a votos. Ganhou. E de que maneira. Sócrates estava mesmo a pedi-las!

3. Universidade Independente

Parece que a Universidade Independente vai fechar. O que se lamenta é que não haja qualquer plano para integrar os seus alunos. Quem pagou propinas com grandes sacrifícios é atirado para o lixo, como se fossem eles os culpados de outros terem feito exames numa singela folha A4.

4. Maddie

Fiquei sensibilizado com o esforço desenvolvido pelas autoridades portuguesas para encontrar a jovem Madeleine. Espero, porém, que, doravante, também as crianças portuguesas – ou melhor: todas as crianças desaparecidas em Portugal – passem a beneficiar de idêntico esforço e empenho.

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