Tive uma educação tradicional, conforme aquilo que era normal para a época. Em Estremoz, por altura da minha infância, a tourada fazia parte do percurso de endoculturação de qualquer criança. Não me lembro de ninguém da minha geração que não gostasse de assistir a uma corrida de touros. Aliás, só para medir este fenómeno cultural, integrando-o na sua própria época, o meu primeiro ídolo não foi nem jogador de futebol nem uma estrela de Rock, foi o Quim-Zé, um cavaleiro tauromáquico eborense.
Nos resquícios da minha memória ressoam ainda os brados com que os aficionados brindavam as suas lides: "Olé Quim-Zé".
Com o passar do tempo, mercê de outras vivências, de outras influências, de fenómenos de aculturação e até de desculturação, outros interesses se sobrepuseram à tauromaquia na minha hierarquia de preferências. Hoje sou um aficionado bem menos entusiasta relativamente àquilo que era no passado. Já não sou capaz de gastar dinheiro e tempo para ir assistir a uma corrida fora de Estremoz ou de alterar a minha agenda para assistir a uma transmissão televisiva da festa brava. Mas não, não renego a minha cultura e, por conseguinte, pelo menos em Estremoz, costumo assistir às touradas.
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