Devo confessar que fiquei surpreendido com questão formulada pela Redacção deste jornal. Melhor dizendo, não percebi sequer o seu alcance. "Concorda com a suspensão das obras do Mercado Municipal?" É claro que concordo, caso contrário não teria votado favoravelmente a interrupção dos trabalhos a pedido do empreiteiro.
A imagem foi colhida no blog: http://eng-civil-estudos-projectos.blogspot.com/2007/12/mercado-de-estremoz-cmara-municipal-de.html
Salvo melhor informação, a suspensão das obras justificou-se exclusivamente pelo facto das condições climatéricas actuais serem adversas. Ao que penso saber, a aplicação de estuque em paredes ensopadas de humidade é desaconselhada. Tal justificação é, para mim, suficiente. Ponto final.
Arrumada que está a questão aproveito a oportunidade para me pronunciar sobre outros temas conexos ao inicial. Para começar refiro que tenho fundadas dúvidas que a obra em referência venha algum dia a ser mercado municipal. Primeiro, porque os comerciantes que actualmente exercem a sua actividade no Rossio me transmitiram que, da parte deles, não há qualquer entusiasmo em virem a ocupar o novo espaço. Alegam que não foram ouvidos pelo anterior executivo municipal e que nem sequer notaram qualquer disponibilidade para o diálogo numa decisão que os deveria envolver. Depois, porque do que me foi dado ver no local da obra não me pareceu que esta reúna condições para o exercício das actividades a que supostamente se destina. Já alguém viu uma praça de peixe sem superfícies laváveis? Eu não!
Independentemente da obra em referência vir a ter, ou não, a utilização inicialmente prevista, um aspecto que reputo de muito importante é que não se desperdice o dinheiro de todos nós. Já ali se "enterraram" várias centenas de milhares de euros – seguramente mais de ½ milhão – e, por conseguinte, seja a utilização final de praça do peixe, de lugar de frutas ou de serviços municipais, o importante agora é garantir o adequado aproveitamento do investimento já realizado. Por outro lado, defenderei nova suspensão da obra se tal vier a ser necessário, nomeadamente para assegurar que esta não está concluída antes de ver aprovada a sua candidatura a fundos comunitários (condição indispensável para o seu financiamento).
Não sei se correspondi à expectativa da redacção do jornal, mas esta posição é a única que posso assumir nesta altura.
Publicado na rubrica "Mesa Redonda", na edição de 29Jan2010 do Jornal Ecos.
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