As primeiras celebrações de aniversário das crianças são, fundamentalmente, festas dos pais e dos seus amigos. Porém, mais tarde, já em idade escolar, os pequenotes já têm os seus próprios amigos, pelo que as festinhas organizadas pelos pais nem sempre correm de acordo com o esperado. Em "bando" as crianças ganham uma dinâmica própria em que se torna difícil mantê-las sentadas e sossegadas, porque ora riem ora gritam, porque se agarram e se derrubam, quando não estão quase a espetar um garfo num olho. Pois é, por vezes as coisas quase ficam fora de controlo, deixando os adultos com os nervos em franja e, alguns deles, a jurarem que "nunca mais!".
Está visto: ser pai ou mãe é uma tarefa nem sempre fácil.
Alguns anos mais tarde surgem outro tipo de dificuldades. Uns querem piercings, outros querem tatuagens. Alguns só querem roupas XPTO, outros (quando não os mesmos) querem mais dinheiro para os seus gastos ou então querem chegar a casa às 6 da matina. Alguns descobrem ao espelho defeitos anatómicos que ninguém imagina existirem. Por vezes não comem, enquanto outros querem consumir aditivos para ficarem mais musculados. Frequentemente não sabem o querem ser na vida, nem revelam interesse por nada de útil aos olhos dos pais. Quem não sabe para onde vai também dificilmente encontra motivação para estudar, quando há tantas outras coisas mais gratificantes, menos penosas e mais imediatas. Perante tais desalinhamentos de pontos de vista, é frequente entre pais e filhos cavarem-se silêncios perturbadores ou discussões acesas. Por vezes, ambas as coisas em alternância.
Está visto: é difícil ser adolescente e, já o sabíamos, é cada vez mais difícil ser pai ou mãe.
Acontece que há pessoas que por força da sua profissão se vêem confrontados com situações similares às festas de aniversário antes referidas. O problema é que não realizam uma festinha de vez em quando. Vivem "em festa" todos os dias e mais do que uma vez por dia. Mas fazem mais: não só encaram a rebeldia das crianças em grupo como algo normal como até são capazes de lhes conduzir o comportamento no sentido desejado, sentando-os quando têm que estar sentados, fazendo-os comer na hora de se alimentarem ou, abreviando, organizando-lhes jogos e outras diversões para que elas dêem vazão à sua interminável energia.
Está visto: é difícil ser educador mas, até há bem pouco tempo, ainda havia quem o fizesse com alegria.
Acontece também que há pessoas que por força da sua profissão têm de lidar diariamente não com um ou dois mas com mais de vinte jovens em simultâneo, que se procuram a si próprios e buscam um sentido para as suas vidas. Há quem consiga motivá-los e fazer com que aprendam e, até há bem pouco tempo, havia quem o fizesse com alegria.
Eram os professores.
1 Comentários:
:)
É triste verem-se os valores desvanecerem á medida que o tempo vai passando...Agora imagine-se daqui a uma ou duas gerações!!! (ou quando eu tiver filhos..:(:(:( aaaaahhhhhhh!!!)
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