quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Ser oposição

Têm sido os maus governos e as más oposições que mais têm contribuído para o descrédito da política e dos políticos. O cidadão comum até quer – ou, pelo menos, em algum momento já quis – acreditar na bondade das soluções que lhes são propostas. Para não o fazer de forma cega ou dogmática, precisa de informação, de esclarecimento, de ouvir diferentes opiniões. Neste contexto, o papel da oposição, desde que bem exercido, é fundamental. Portanto, não é da oposição construtiva que advém o problema. O descrédito provém do facto de aqueles que estão no poder fazerem diferente daquilo que em campanha propuseram ou de fazerem o mesmo daqueles a quem antes se opunham. Para piorar a situação, só mesmo uma oposição que se opõe "para se opor", como se a lógica do sistema obrigasse a dizer mal de todas as iniciativas, independentemente do seu mérito ou demérito, ou a classificá-las de "insuficientes" quando não é conveniente condená-las.

Perante este referencial, o PSD – Estremoz tem procurado exercer uma oposição responsável à acção do executivo socialista no município, cooperando e viabilizando as iniciativas que reputamos de positivas para o concelho – mesmo em circunstâncias em que era mais fácil ser "do contra" – sem, contudo, deixar de denunciar erros, injustiças ou práticas demagógicas. No primeiro caso, citamos como exemplos o apoio político à adesão ao sistema multimunicipal de abastecimento de água e, mais recentemente, não "alinhámos" com a demais oposição na questão fulcral da variante ao IP2. No segundo caso, podemos referir o nosso voto contra a prestação de contas da autarquia e subsequente participação ao Ministério Público de incongruências detectadas nestas (as quais estão ainda sob investigação), denunciámos a hipocrisia de um orçamento que sugeria um crescimento de 67%, desvendámos a incoerência na subida das tarifas da água, chocámo-nos com o plágio da carta educativa elaborada no mandato anterior, desmantelámos a encenação das "reclamações" do PS dirigidas a este jornal, revoltámo-nos com o abate cego e irresponsável de árvores, assim como com a pressão tentacular exercida pela máquina socialista sobre pessoas sérias mas economicamente dependentes, quer oferecendo "avenças" quer insinuando o fim das mesmas.

Este é o nosso estilo de oposição. Para falarmos por falar, preferimos ficar calados. Agora quando falamos é porque entendemos ser importante fazê-lo, seja para apoiar seja para denunciar.

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