A notícia que me acordou hoje foi de que se pensa generalizar a semana laboral de 48 horas. Sim, 48, não 44 que sempre dariam para ter 1 dia e 1/2 de pausa laboral durante a semana... A minha reacção é esta: Estou Farto!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu sei que o limite legal estabelecido pela União Europeia é de, efectivamente, 48 horas... porém, penso que tal limite visa apenas impedir que haja pessoas sem escrúpulos que pretendam impor 65 ou 78 horas semanais (13 horas diárias numa semana de 6 dias laborais).
Sou capaz de aceitar o princípio de 12 remunerações mensais ao invés de 14 (desde que haja diluição dos rendimentos dos 14 meses pelos 12 efectivos); sou capaz de aceitar que o salário mínimo seja estabelecido numa base horária (tipo 3 euros/hora - que dava mais que o actual salário mínimo de 485 euros/mês, 14 meses por ano, façam as contas); sou capaz de aceitar o princípio das bolsas de horas numa base mensal (segundo o qual as horas extra usadas dentro de um mês podem ser compensadas com folgas ou tolerâncias dentro do mesmo mês ou, no máximo, no mês seguinte);... enfim, sou capaz de tolerar muita coisa, mas não sou capaz de tolerar uma visão tacanha que impede a compabilização entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar dos trabalhadores.
Trabalhar bem aumenta a produtividade; trabalhar muito tempo, pelo contrário, reduz a produtividade. Trabalhar com inteligência aumenta a produtividade; a força bruta e a desmotivação reduzem-na. Por favor não sejam BURROS!
Dei o meu voto, depositei as minhas esperanças em PPC. Continuo a esperar que ele não me desiluda... porém, se eu continuar a ouvir destas logo pela manhã, resta saber até quando...
Nota final: Aqueles que pensam que trabalhar à hora é desumano, deviam experimentar a trabalhar com recibos verdes. Aí ficavam efectivamente a saber o que é desumano. O trabalhador a recibos verdes (modalidade que devia ser restringida a um grupo muito limitado de profissionais independentes, tipo médicos, advogados, contabilistas e... pouco mais), tem de suportar a sua própria segurança social, tem de pagar os seus próprios seguros (de acidentes de trabalho e de responsabilidade civil) e recebe numa base distorcida como se fosse trabalhador por conta de outrém. Resumindo para não complicar: quem ganha o salário mínimo por conta de outrém ganha mais que aqueles que passam recibos verdes no valor bruto de praticamente o dobro do salário mínimo mensal, com a flagrante diferença de não terem horário de trabalho (facto que não inibe certas pessoas de sugarem os "independentes" muito para lá das 50 horas semanais), de não terem férias nem abonos de Natal, de quando são chamados a reuniões de trabalho não serem pagos pelas horas que nelas passam e, se muito bem calha, os independentes são ainda a obrigados a suportar custos de fardamento ou demais vestuário laboral em conformidade com o modelo definido na empresa contratante. Experimentem a trabalhar com recibos verdes que logo vêem o que custa amar a Deus.